segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Tomás Antônio Gonzaga




Grupo:
Anna Carolina Oliveira
Edson Sodré
Matheus B. Cunha de Aquino
Simone Paiva Daumas

Biografia:

Tomás Antônio Gonzaga, criador das liras de “Marília de Dirceu”, foi um renomado autor do arcadismo brasileiro. Nascido em Porto (Portugal), em 1744, mas trazido pelo pai (brasileiro) para o Brasil, mais especificamente para Pernambuco, onde passou sua infância. Mais tarde, retornou a Portugal para completar seus estudos. Matriculou-se na Universidade de Coimbra, onde concluiu seu curso de direito.
Após alguns anos, candidatou-se para uma cadeira na Universidade de Coimbra, com a sua tese “Tratado de Direito Natural”. Em 1778, foi nomeado juiz-de-fora na cidade de Beja. Alguns anos depois, foi indicado para ocupar o cargo de Ouvidor Geral em Vila Rica, em Minas Gerais.
Em Vila Rica, aos seus 40 anos, o poeta se apaixonou por Maria Dorotéia Joaquina de Seixas, inspiração para sua obra citada anteriormente: “Marília de Dirceu”. Porém, em 1789, prestes a se casar com sua amada, foi denunciado por participar da Inconfidência Mineira, sendo, por isso, preso na Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro.
Em sentença de 20 de abril de 1792, Tomás Antônio Gonzaga foi condenado a dez anos de degredo em Moçambique. Lá se casou com Juliana de Souza Mascarenhas, filha de um rico mercador de escravos e teve um casal de filhos. No depoimento para se casar, no dia 9 de maio de 1793, declarou “que nunca dera palavra de casamento a pessoa alguma”.
Tomás Antônio Gonzaga morreu aos 66 anos, como juiz de alfândega em Moçambique, em 1810.   

Principais obras:
Crítica:

Tomás Antônio Gonzaga, cujo pseudônimo arcadista era Dirceu, escreveu poesias líricas típicas do arcadismo, com temas pastoris e de galanteio, dirigidas à sua amada, a pastora Marília.
Para Antonio Candido, a poesia de Gonzaga é mais viva e autêntica do que a de outros autores arcadistas, por ter brotado de experiências humanas palpitantes.  As "liras" refletem a trajetória do poeta, ora na posição de um namorado maduro, ora na solidão do cárcere. Antes da prisão, apresentam a ventura do amor e a satisfação com o momento presente. Depois, trazem o infortúnio, a justiça e o destino.

O poeta Gonzaga existe, realmente, de 1782 a 1792; poeta de uma crise afetiva e de uma crise política, diferente nisto de Cláudio, cuja atividade parece um longo, consciencioso artesanato de escritor, no sentido estrito da palavra. O problema consiste em avaliar até que ponto a Marília de Dirceu é um poema de lirismo amoroso tecido à volta duma experiência concreta – a paixão, o noivado, a separação de Dirceu (Gonzaga) e Marília (Maria Dorotéia Joaquina de Seixas) – ou o roteiro de uma personalidade, que se analisa e expõe, a pretexto da referida experiência. É certo que os dois aspectos não se apartam, nem se apresentam como alternativas. Mas também é certo que o significado da obra de Gonzaga varia conforme aceitemos a predominância de um ou de outro. (CANDIDO, 2000, p. 109).

Outro conjunto de obras que foram acrescentadas ao acervo do autor são as “Cartas Chilenas”, uma coleção de doze cartas de poemas satíricos que circularam por Vila Rica pouco antes da Inconfidência Mineira. Assinadas por Critilo (outro pseudônimo do Tomás Antônio Gonzaga), habitante de Santiago do Chile (Vila Rica), endereçadas a Doroteu (Cláudio Manuel da Costa), residente em Madri. Citrilo narra os desmandos do governador chileno, o Fanfarrão Minésio (Luís da Cunha Meneses, governador de Minas Gerais).
Por muito tempo, discutiu-se a autoria das “Cartas Chilenas”, mas após estudos comparativos da obra com possíveis autores, concluiu-se que o provável autor é mesmo Gonzaga.
O poeta também escreveu o poema épico “A Conceição”, que narra o naufrágio do navio Marialva na costa de Moçambique, ocorrido em 2 de setembro de 1802, um dia após ter saído do porto. A partir de 42 páginas de fragmentos que encontrou na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, o professor Ronald Polito de Oliveira, da Universidade Federal de Ouro Preto, organizou uma edição desse poema inédito. Há duas passagens do primeiro canto e o terceiro e quarto cantos integrais, desconhecendo-se a extensão total do poema.
As obras de Gonzaga demonstram uma grande versatilidade literária e há quem o considere o maior lírico da língua portuguesa de sua época.         

Referências bibliográficas:

Brasil Escola: http://brasilescola.uol.com.br/literatura/tomas-antonio-gonzaga.htm 
CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira: momentos decisivos. Belo Horizonte: Itatiaia Ltda, 2000.
O Globo Educação: http://educacao.globo.com/literatura/assunto/resumos-de-livros/marilia-de-dirceu.html
RODRIGUES, André F. Tomás Antônio Gonzaga em Verso e Prosa: Comentário de Cinco Publicações Recentes. Revista de História.FFLCH-USP, 1998. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/18866/20929



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